Desde
pequeno que sou fã de circo.
Aqui
em Porto Velho tínhamos poucas opções de lazer e quando chegava um circo era
uma festa das boas.
Lembro
ter dado as bananas para o elefante de um circo que desfilava nas ruas da
cidade, que minha mãe havia comprado – já imaginaram a peia que pequei.
E,
por ser fã do circo entendo como esteio maior da apresentação, o palhaço, que
com certeza é o ícone de todo palco e eu me identifico muito com ele.
Nas
rodas de amigos, sempre sou o que alegra, divirto e invento “causos” que, tenho
certeza os colegas sabem que são frutos de minha imaginação.
O
que é o palhaço?
Ele é lírico, inocente, ingênuo, angelical e frágil.
O palhaço não interpreta, ele simplesmente é.
Ele não é uma personagem, ele é o próprio ator expondo
seu ridículo, mostrando sua ingenuidade.
Não é ofensivo ser chamado de palhaço e, na minha humilde
concepção o palhaço está para divertir as pessoas, muitas vezes, com dor no
corpo, chateado, com problemas inúmeros e mesmo assim, busca divertir.
O autor Robinson Monteiro, escreveu com muita propriedade
a música “sonho de um palhaço” imortalizado pela cantora Vanusa – quando ainda
conseguia contar sem atropelar a letra – que iniciava assim:
_Vejam só que
história boba eu tenho pra contar quem é que vai querer acreditar eu sou
palhaço sem querer.
Eu sou um palhaço querendo...
A letra diz mais:
_Vejam só que coisa incrível o meu coração todo pintado
nessa solidão espera a hora de sonhar.
E quantas vezes, conto os dias para poder sonhar e amar.
Pretencioso como sou, acredito que a letra foi feita para
mim.
Ah, no palco da ilusão pintei meu coração entreguei o
amor e o sonho sem saber que o palhaço pinta o rosto pra viver.
Que sensação boa,
ou melhor, ótima poder fazer alguém rir.
Sabemos que é mais difícil fazer rir do que chorar.
E eu adoro fazer alguém rir.
Fazer alguém rir é o meu forte.
Não me ofendo ser chamado de palhaço, ao contrário, fico
feliz quando assim sou chamado e reverenciado.
Embora sendo um palhaço amador e me identificando com tão
famosa pessoa, vou mais além – sou de uma geração de palhaços – diga o
contrário quem conheceu seu Orlando, meu velho pai, o Bosco meu irmão que era
outro palhaço.
É gostoso ouvir as piadas contadas por meu irmão Sérgio –
muitas vezes repetidas porém com uma nova roupagem nos faz rir demais.
Quando juntamos a família, sempre tem piadas novas e
velhas e todas são bem contadas e nos divertem.
Que me perdoe Nelson Gonçalves, quando dizia que palhaço
é todo homem que não sabe envelhecer. O palhaço sabe sim, quem não sabe é o
frustrado.
Para não fugir a minha sina, concluo com uma frase da
famosa música sobre o palhaço.
E há quem diga que o palhaço é
do grande circo apenas o ladrão do coração de uma mulher.
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