quinta-feira, 30 de setembro de 2010

A cobrinha para comprar carne em Porto Velho

Ontem, dia 31 de maio foi o aniversário de meu irmão mais velho e também meu padrinho Sergio Cavalcante Silva, conhecido como Serjão.
Ele é meu padrinho pelo simples fato de que Dona Maturina tinha tanto filho que já ficava chato convidar alguém estranho para ser o padrinho então ela resolvia com facilidade, colocando o irmão mais velho para ser padrinhos dos que estavam nascendo.
Pois bem... depois que grande número de convidados foi embora, ficando somente a nata da turma, resolvemos relembrar velhos causos da família de Tibúrcio e agraciando os poucos convidados que ainda estavam com nossas estórias.
Contava o Sergio, para seu novo genro sobre sua infância e quando foi ao mercado municipal comprar carne.
Naquela época, tinha fila pra tudo, pois a carne de gado era pouca e não dava de servir a todos.
Tinha uma famosa cobrinha, que nada mais era do que uma fila para cada tipo de carne.
Dona Maturina mandou o Sergio comprar fígado, para o jantar. Ele foi cedo, mais ou menos três da tarde pois a venda iniciava lá pelas cinco.
Quando ele chegou, ficou como o segundo da fila, e ela, Maturina passa e vê o filho na cobrinha e diz:
_Compra o fígado e leva pra Nair, que era uma irmã de criação que preparar pro jantar. Como se não bastasse a “turma dos batutinhas” que já tinha em casa, Maturina arranjou mais uma pra criar.
Quando inicia a venda e chega a vez do Sergio comprar e ele pede dois quilos de fígado e recebe a resposta de que aquela cobrinha era de mocotó, tripa e bucho e que a fila do fígado era a outra, com mais ou menos umas quarenta pessoas esperando a vez, ou seja, não adiantava ir pro final da fila que era perder tempo.
Para não perder a viagem, ele compra o que tinha à sua disposição: tripa, bucho e mocotó.
Chegando em casa, Maturina já na cozinha, pronta pra ajudar a preparar a janta pergunta ao Sergio se ele tinha comprado o fígado.
O coitado diz que não comprou o danado do fígado e sim as “iguarias” já citadas acima.
Foi seu erro.
Apanhou com bucho e tripa, só escapou do mocotó, pois o risco de um acidente era muito grande.
Ele contando que parecia um motor de popa tipo rabeta.
A tripa enrolava no pescoço e quando Maurina puxava, ele só não pegava no tranco e ficava funcionando por falta de gasolina.
Parecia um peão de madeira, sendo puxado por menino de rua para rodopiar.
Acredito que é por tal motivo que, como diria Gainete, passamos a jantar sopa ou café com leite e pão.

Tenho outras pérolas de Maturina, porém, conto na próxima.


Crianças travessas

Lembro quando pequeno que se fizesse travessura ou molecagem a punição era garantida.
Sou da época da palmatória e mais, apanhei muito de cipó titica – que era utilizado para fazermos vassoura. Era aprontar uma e a surra estava garantida.
Fui crescendo e apanhando de vez em quando, pois sempre aprontava alguma e Dona Maturina não perdoava.
Tive meus filhos, já com a palmatória aposentada e sem cipó titica, pois já não fabricávamos mais vassoura. Em uma casa o que não falta é um chinelo. E foi com algumas chineladas que criei meus filhos – um monte por sinal.
Hoje vejo meus filhos cuidando dos seus filhos com o uso da psicologia, claro que com alguns puxões de orelhas, só que raramente.
Cresci também lendo gibi – na época, chamávamos de revista em quadrinhos.
Sempre vi o Pato Donald cuidar bem de seus sobrinhos, o Huginho, o Zezinho e o Luizinho; li muitas vezes a Margarida cuidando e ensinando suas sobrinhas, a Lalá, a Lelé e a Lili.
Todos sempre obedecendo a seus tios.
Li e reli várias vezes o Pateta cuidando de seu sobrinho com bastante carinho e rigor.
Hoje o que mais vemos são entidades cuidando de jovens, quer sejam crianças ou adolescentes.
Tem Conselho Tutelar, tem Núcleo dos programas de liberdade assistida e prestação de serviços a comunidade, tem ONG, tem isso e aquilo para cuidar da meninada.
No Rio de Janeiro, salvo engano, ouvi falar que tem mais ONG para cuidar de crianças do que criança de rua.
Eu não sabia, até então, que cuidar de crianças também fazia parte da Justiça Eleitoral.
Ontem li uma matéria que me deixou intrigado de um fato ocorrido no Rio de Janeiro.
Tem uma dupla de crianças que sempre estão fazendo traquinagem.
O nome deles está sempre ligado a travessuras.
Uma tal de Rosinha e um tal de Garotinho.
Que dupla danadinha.
Vivem aprontando ao ponto do TRE – Tribunal Regional Eleitoral – cassar o mandato da Prefeita de Campos a Rosinha e deixa-la, juntamente com o Garotinho por três anos inelegíveis.
Isso que é cuidar de crianças, o resto é fantasia.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Status da morte

Nos últimos dias, estamos vivenciando um show particular oferecido pela mídia nacional quanto ao caso da morte do filho da apresentadora e atriz Ciça Guimarães.
Não estou aqui querendo de forma alguma criticar a enxurrada de informações sobre o caso.
Jamais!
Acredito que deve mesmo ser divulgado o máximo possível para que haja responsabilidade no trânsito e que o poder público tenha os olhos voltados para a segurança do cidadão que muito paga e pouco recebe.
Meu ponto de vista é que até a morte tem seu status, senão vejamos:
Na mesma época, com um ou dois dias de diferença, um jovem de quatorze anos, trabalhando com seu pai, ao passar em um cruzamento em Fortaleza, capital do Estado do Ceará, foi alvejado na cabeça por um projétil disparado da arma de um policial militar.
Foi triste ver a cena do pai debruçado sobre o corpo, já sem vida do seu filho.
Vi com tristeza o caso e comentei com amigos que aquilo viraria bandeira da mídia, em prol de uma polícia preparada e justa.
Ledo engano.
Fui traído pelo status da morte.
Vejo com muita tristeza que as emissoras de televisão, jornais e outros meios de comunicação estão usando como bandeira apenas o caso do jovem filho da atriz.
Ninguém fala ou comenta do caso do jovem pobre, que tinha o “grande” sonho de seguir os passos do pai e tornar-se técnico em refrigeração.
Verifico também que a morte do filho da atriz teria o mesmo tratamento dado ao jovem cearense, se ele – o morto – não fosse um rapaz de classe alta, com pai e mãe famosos.
Quantos e quantos jovens não são abatidos no dia a dia do nosso Brasil e não há um tratamento diferenciado por parte da mídia?
Quero aqui apresentar meus pêsames a atriz Ciça Guimarães, ao irmão e ao pai do jovem falecido.
Porém, quero aqui apresentar minhas sinceras condolências a família do jovem morto no Ceará e a todos os jovens que todos os dias, perdem a vida em todos os cantos de nossa terra e não são sequer citados em uma mísera nota.
Eles são apenas, parte de uma estatística macabra.


Dicas para andar em Porto Velho

Para não perder a oportunidade de desopilar um pouco do fígado que anda até certo ponto baleado com tanta cerveja em época de copa do mundo, resolvi transcrever parte de um material que recebi.

Dei uma filtrada antes, pois certas palavras não poderiam ser publicadas em um jornal de respeito.

Nada mais é do que alguns conselhos para certos motoristas que estão a trafegar no tão conturbado trânsito de Porto Velho.

Acredito que quem escreveu tais mandamentos, não estava muito feliz no trânsito.

Então, para aquelas pessoas que estão no trânsito apenas por passeio, vamos lá:

1. No semáforo, deixe a primeira marcha engatada e quando o sinal abrir arranque. Não espere que o motorista de trás tenha que te lembrar.  
2. Quando um outro motorista ligar a seta avisando que precisa entrar na pista que você está, deixe de ser f. d. p. e deixe o cara passar. Certamente vai acontecer com você um dia e tu vai ficar p... e histérico se o outro não deixar você entrar.
3. Se você não sabe fazer baliza, tenha humildade e procure uma vaga mais fácil ao invés de ficar sacaneando a vida de quem está com pressa. Ah! Se você não gosta do seu carro, problema é seu. Isso não quer dizer que os outros motoristas acham legal que fiquem dando totó nos seus carros para estacionar.  
4. Largue de ser cavalo e aprenda que se a porcaria da placa do radar diz 60Km/h, é 60 de verdade e não 20 Km/h disfarçado, seu bosta.  
5. A vida anda muito corrida, por isso, se você gosta de passear pelas vias a 30Km/h, faça isso as 5h da manhã, seu babaca.
6. E por falar em passear, tem os vagabundos donos de rua que não saem da pista da esquerda e teimam andar a 20km/h numa pista de 80km/h. Se você ver alguém no seu retrovisor querendo passar, pode ser um mala f. d. p. ou uma emergência. Como você não é a Mãe Diná, não vai te cair as pernas se deixar o apressadinho passar.  
7. Que tal dar sinal de que vai entrar em alguma rua ou estacionar se você percebe que tem algum motorista esperando sua importante escolha?
8. Se o seu namorado vai te deixar na frente do shopping, deixem as preliminares para um local apropriado, um motel, por exemplo. Certamente não vai ser a última vez que você vai vê-lo, portanto, dê tchau e suma do carro.
9. Essa é pra você, f. d. p. frustrado sexualmente que adora botar o bumbum numa moto barulhenta dos diabos: Por que você não bota a orelha na merda do escapamento aberto e acelera? Todo mundo sabe que o barulho da sua moto é inversamente proporcional ao seu trato com as mulheres.
10. Nossa, um acidente! Será que machucou alguém conhecido? Qual é, nunca viu uma lanterna quebrada? Então anda logo seu merda que você não precisa ficar olhando com cara de otário pra ver a desgraça dos outros ou qualquer coisinha que acontece no trânsito e andando como se estivesse num cortejo fúnebre.
11. Outra coisa que irrita são aqueles f. d. p. que geralmente desfilam com uma piranha do lado e param o carro na vaga de idoso ou de deficiente. Isso porque tem duas pernas funcionando, porque merecia uma surra pra realmente precisar estacionar ali. Então, mesmo na pressa, deixa de ser mané e vai procurar tua vaga!
12. Ainda tem os imbecis que param em fila dupla – ou tripla, na Pinheiro Machado para ver se tem alguém conhecido tomando umas biritas ou pra mostrar que o carro é novo.
13. Pior são os mauricinhos que engatam em seus carros, reboques e em cima tem um jet ski e fiam passeando por todas as ruas da cidade, com aqueles trambolhos sendo arrastados para mostrar que tem um. Acredito que tem jet ski, já adulto que nunca entrou n’água – acredito que tem aparelho não sabe nem nadar.
14. Especial para nossos amigos da Polícia Militar e do DETRAN : Se é horário de movimento intenso, que tal escolher um local apropriado, parar a beleza do carro e não fazer todo mundo andar a 40 Km/h pra ver a viatura nova com o diabo das luzes ligadas se não tem nada acontecendo? Que tal cuidar de quem anda pelo acostamento ou tá com aquele Kombão fumacento fazendo lotação e atrapalhando todo mundo, ao invés de ficar revirando o carro dos outros pra achar uma lâmpada queimada e dizer: Ahaaaaa !!!! Como é que a gente vai fazer agora?
Desconheço a autoria, por tal motivo que não dou os créditos, porém concordo em todos os itens.

Temos agora tudo

Vejo e ouço muita gente dizer que Rondônia está muito atrasado em relação aos demais entes federados.
Discordo.
Discordo em todos os âmbitos, senão vejamos: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e outros mais desenvolvidos sofrem com engarrafamento no trânsito.
Então, engarrafamento não é privilégio deles pois em Rondônia, principalmente em Porto Velho, já temos.
O Rio de Janeiro, por exemplo. Tem violência a dar de pau. Rondônia também já tem, e muita violência mesmo – vá andar pela noite pra ver o que é bom pra tosse.
Abra um jornal e veja o que está ocorrendo na nossa cidade.
Tente descuidar de seu carro, de sua moto ou de sua casa. Logo aparece o dono do alheio pra fazer a festa.
Menino de rua também já temos vários.
Pirataria é o que campeia nas ruas da cidade.
Poluição?
Achavam que era privilégio dos grandes centros?
Estão enganados. Temos as queimadas.
Temos a poluição sonora, basta dar uma voltinha pelas ruas principais pra ouvir sons estridentes.
Morosidade no atendimento ao contribuinte também temos, e não ficamos longe de outros Estados do Brasil – muitos chamam de burocracia – o que não é verdade.
O termo burocracia surgiu na segunda metade do século XVIII e empregado apenas para designar a estrutura administrativa estatal, formada pelos funcionários públicos responsáveis por várias áreas relacionadas aos interesses coletivos da sociedade, como as forças armadas, a polícia e a justiça, entre muitas outras.
É complicado resolver problemas em diversos órgãos ou entidades.
Temos políticos descompromissados com os interesses do estado, temos comerciantes picaretas tentando levar vantagens em tudo, temos pedófilos, temos assassinos famosos, temos de tudo.
Até certo tempo atrás, achei que nunca iríamos chegar ao nível dos grandes estados federativos.
Estava enganado.
Agora estamos ao mesmo nível dos demais.
Faltava apenas um quesito a ser atingido.
Depois que fomos “contemplados” no ONS[1], responsável pela coordenação e controle da operação da geração e transmissão de energia elétrica no Sistema Interligado Nacional.
Agora, temos também apagão.




[1] - Operador Nacional do Sistema Elétrico.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Lei do dedo limpo

Com o advento da “Lei da Ficha Limpa”, estou propondo a criação também da “Lei do dedo limpo”.
Em outras palavras o que quero dizer é, o sujeito que tem dedo sujo jamais poderá ter moral para apontar o defeito dos outros.
Vejo que algumas figurinhas carimbadas de governos passados, hoje apenas criticam e com maior cada de pau, chamam outros colegas de ladrões.
Ora bolas...
Que moral tais figurinhas possuem para chamar alguém de ladrão, possuindo um patrimônio que deixa margem para todas as dúvidas possíveis e imagináveis.
São assalariados e jamais poderiam ter amealhado tanta fortuna.
Se fosse o caso de um médico ou advogado de renome, ou até mesmo um jogador de futebol bem sucedido ou um pagodeiro de sucesso, até poderia justificar tanto dinheiro, mas funcionário público com tantos “tostões” é meio difícil.
Nos botecos da vida, vemos cada cara de pau criticando todo mundo e considerando, em sua ótica, os outros, ladrões.
Sujeito mais sujo do que “pau de galinheiro” e assim mesmo vivem a criticar o feito dos outros como se, o crítico, fosse angelical.
Em tempos nem tão remotos, vi situações que o decreto de posse no cargo público para algumas figurinhas, também ocorria a indulgência[1] de todos os pecados pretéritos.
Quer dizer: quando o sujeito assumia um cargo, o decreto de nomeação o perdoava de todos os pecados, pois a primeira atitude do sujeito era chamar todos seus novos subordinados e fazer terrorismo.
Passa a partir da data de nomeação a acusar todos de mazelas que, muitas vezes, o novo “chefe” também compactuava.
Víamos o novo honesto criticar tudo que todos faziam, muitas vezes, em conjunto como se o referido não tivesse qualquer pecado.
Em resumo:
“_Não aponte meus defeitos com esse seu dedo sujo.”


[1] - Perdão concedido às penas temporais causadas pelo pecado, ou seja, para reparar o mal causado como consequência do pecado, através de boas obras.