terça-feira, 29 de março de 2016

Minha eterna criança

Depois de muitas tentativas com Dona Lourdinha, conseguimos gerar um “serzinho’ de Deus.
Foi uma luta muito grande para fazê-la vir ao mundo.
Doenças que teoricamente impediriam a formação do feto...
Acidente automobilístico...
Viagens de motocicleta...
Tudo acontecia durante a gestação. Umas por força da natureza, outras por pura irresponsabilidade do casal.
Depois que a sementinha se firmou, imaginamos que tudo estaria bem e que ela iria esperar as quarenta semanas de praxe par vir ao mundo.
Ledo engano, a “fofurinha’ do papai resolve aparecer dois meses antes, como sempre, apressadinha.
Estou em casa, em meu sono vespertino eis que entra dona Lourdinha, apavorada, cansada, chorando e dizendo que havia estourado a “bolsa”.
De pronto ligo para o Doutor Genival Queiroga Júnior, “Queiroga” para os íntimos e fomos para a maternidade.
Fui informado que ela viria ao mundo mesmo...
Que ele iria aplicar umas injeções para fortalecer a coisinha e ela iria logo aparecer. Que nada...
Foi preciso uma cesariana para que a folgadinha viesse ao mundo de meu Deus e no dia 26 de janeiro de 1995 aparece àquela figurinha.
Do alto de seus 2.050 gramas ela chorou e tudo acalmou... teoricamente. Não deu tempo nem de fazer o famoso “baby chá”. Tive que sair correndo para comprar pelo menos, umas fraldas.
Incubadora, injeções, cremes, massagens... de tudo um pouco para que ela permanecesse entre nós.
O tempo passa rapidamente. Lembro bem você pisando nos meus pés para aprender a andar e você ao lado de um pé de caju no ORIGANCE.
Lembro você me fazendo de “cavalinho” ou pulando comigo sem parar nas festas.
Hoje minha pequena Isis Amabile Ibiapina Pereira completa seus vinte e um anos.
É rabugenta com os irmãos...
Zangadinha com o papai...
Enjoadinha com a mãe...
Encrenqueira com os amigos...
E... carinhosa, amável educada, hiper inteligente e acima de tudo, crente.
Crê sempre em um mundo melhor e que a humanidade tem jeito.
Crê na generosidade dos amigos, no conhecimento dos mais velhos e na ternura de seus parentes.
Não posso deixar de prestar a justa homenagem, para você, minha filha.
Que o Supremo Criador, a mantenha coberta com seu manto sagrado, para que possa ser sempre a pessoa mais amada em todos os cantos que esteja e que sempre haja respeito para aqueles que precisarem de sua ajuda.
Que nunca lhe falte ternura pelas crianças, bondade com os mais velhos e discernimento para saber o juntar-se aos bons e afastar-se dos maus.
Você é e sempre será minha caçulinha e minha pequena “Bilibili”.
Te amo hiper demais.
(Malditos ninjas cortadores de cebola)




Saudade de nós

Saudade palavra que só existe em nosso idioma, mas que com certeza deve ser sentida por todos os mortais – alguns dizem que os animais também sentem saudade... acredito que sim.
Palavra com tamanha força e intensidade que provoca grandes dores.
Algumas causadas por tamanha felicidade sentida ao lado de alguém importante ou mesmo de belos momentos.
Outras sentidas pela tristeza ao ter perdido ou mesmo estar distante de alguém que considera muito, que a saudade vem, apertando o peito, causando muita palpitação que somente alivia quando se consegue lembrar-se dos bons momentos vividos.
Momentos estes que ficarão registrados para sempre e que talvez ressurjam em outras vidas, pois almas gêmeas não se perdem no tempo, ao contrário, se encontram e reconstroem a sua história. No dicionário está descrito que saudade é um sentimento nostálgico provocado pela distância de algo ou alguém... Então é exatamente o que estou sentido.
Vejamos para comprovar: Sinto saudade...
...de quando nos conhecemos, pois a curiosidade contida nas palavras ditas causava ainda mais vontade em desvendar os mistérios existentes.
...de quando me ligava pela manhã dizendo palavras suaves e melosas.
...de quando me perguntava o cardápio para nosso almoço e inclusive a sobremesa que tão logo serviria para umas “brincadeirinhas” que por vezes, sequer dava tempo para a digestão.
...de quando preparava o almoço com o melhor dos temperos, chamado de amor.
...de quando colhia no meio do mato umas pequenas flores para decorar a nossa mesa para o almoço no campo – o que demonstrava profundo romantismo.
...de quando me segurava em seus braços na piscina para evitar um suposto afogamento, já que não sabia nadar, mas que também serviria para um enlace de amor.
...dos aconchegos em nosso ninho de amor, que as vezes nem sequer tínhamos lugar certo para tal, mas sabíamos exatamente encontrar meios para nossa satisfação.
...dos beijos contidos, mas que de tamanha tara surgiam com tanto desejo, com tanta emoção que ao fechar os olhos e prestar bem atenção era possível ouvir os fogos de artifícios que vinham confirmar a real intensidade desse amor.
...das mãos bobas percorrendo meu corpo, da barba roçando meu pescoço, do jeito moleque de brincar na cama.
...de falar de coisa séria, de planejar o futuro e imaginar como poderia ser se estivéssemos juntos 24 horas.
...daquela passadinha de pé, do encosto sem querer, um entre o outro apenas pelo prazer de tocarmos nossos corpos.
...de nós, pois tudo o que fazemos é tão gostoso que deixa sempre a vontade de querer mais, consequentemente gera saudade de tudo o que foi possível fazermos juntos.
...dos olhares furtivos na multidão, cada um tendo um significado e ao se cruzarem restar apenas o sorrido e o entendimento de “eu te amo”.
...de ouvir o som de uma mensagem e torcer para ser sua.
...de poder ouvir “já estou te esperando”.
...de poder ouvir novamente “me rouba, me pega, me leva contigo”.
Saudades do sorriso, da cara emburrada, do jeitinho maroto, da carinha pidona, do jeito especial de paixão de ser.

Saudade, com certeza vem do coração.

Tio Lando

O que vou escrever hoje é diferente.
Vou escrever para uma pessoa por demais especial que está completando dez anos.
Dia 18 de dezembro de 2005, acabo de chegar do meu sitio e vejo uma mensagem no meu celular me informando do nascimento de um garotinho que já estava sendo esperado com muita alegria.
Voltado um pouco no tempo, mais ou menos no mês de maio, estava eu em São Paulo e fui agraciado com um telefonema dizendo que minha amigona estava grávida.
Passamos a fazer especulações sobre o sexo da criança que ali estava. Eu pensava que seria uma menina e logo depois fomos informados que seria um jovem e já tinha até nome.
Pois então, recebida a mensagem, resolvi telefonar e foi confirmada a chegada do rebento e eu, como um tiozão coruja, passei em um supermercado e comprei um presente – era um caminhãozinho, de plástico, pois não seria bom chegar de mãos abanando.
No dia seguinte, voltei lá para “curicar” o nenê e fui contemplado com o direito de sair com ele da maternidade.
Fiz algo que faço aos filhos e aos filhos de amigos. O apresentei ao Sol e pedi proteção par aquela “criaturazinha” que estava sob meus cuidados, nãos meus braços.
Estavam vovó, tia chatinha, papai, mamãe, ele e eu de intrometido.
Tenho mania de escolher uma música para cada ocasião especial de minha vida.
A banda Calypso tem uma que gosto muito. A letra é pequena porém diz muito e seu ritmo já balançou muitas vezes minhas brincadeiras e lembranças de meu jovem amigo. Em uma trecho fala assim: “Um amor assim igual ao meu, você jamais vai encontrar, amar Dudu como eu te amo, eu sei que ninguém vai te amar... Vai sim Dudu.
Amor igual ao meu você tem de seus pais, avós, tios e quem sabe outro parente qualquer. Sempre terá meu amor por você como um dos maiores que se pode ter por um amigo.
Acompanhei o crescimento da criança, sempre reservei um tempo para brincar e ensinar as coisas boas, justas e corretas par que o jovenzinho venha a ser um grande homem amanhã.
Esse garotinho cresceu.
Hoje completa dez aninhos bem vividos, sempre rodeado de boas pessoas e criado em um ambiente de paz e harmonia. É paparicado por todos que o conhecem. Ele é especial para todos que o cercam.
Lembro que todas as vezes que eu ia brincar com ele, tinha que ao final, ter algum “moral” nossa brincadeira e sempre que ele insistia em ter que ganhar todas, eu o corrigia, dizendo que na vida não era assim.
Muitas vezes perdemos. Perdemos amigos, perdemos brinquedos, perdemos pessoas, perdemos dinheiro, perdemos toda a sorte de bens.
Sempre disse a ele que jamais ele poderia perder o respeito pelos outros e por si mesmo.
Que ele não poderia perder o seu principal, seu nome. Que ele não poderia perder sua crença e seu amor por Deus. Esse garotinho é uma figurinha ímpar.
Amoroso e briguento, carinhosos e chatinho, inteligente e manhoso. E... é muito solidário.
É daquelas pessoas que ao abraçarmos, temos a certeza de que aquele aperto é muito mais dado pelo coração do que apenas pelos braços.
Que aquele sorriso não vem apenas de seus lábios vem d’alma que apenas as pessoas boas de coração possuem.
Hoje congratulo-me com todos os que rodeiam o pequeno grande homem que está se tornado meu preclaro amigo Eduardo Gabriel Guzman Pinheiro o meu amiginho de todas as horas, o Dudu.
Para muitos Eduardo, para outros Gabriel para tantos Dudu.
Pois é... o destino não permitiu que fosse meu afilhado porém você é meu afilhado, sobrinho e amigo de coração.

Para mim, apenas Dudu e para ele, simplesmente Tio Lando.