(Nenhuma
caminhada é longa se o objetivo é alcançado)
Um dia se ter nem por que o coração estava
apertado, angustiado.
A princípio poderia ser apenas impressão...
ou não!
Fato é que parecia que não havia espaço
suficiente no peito doía de tal forma, que a respiração era prejudicada.
De repente vinha uma vontade súbita de chorar,
talvez, na ânsia de aliviar tamanha dor ou quem sabe angustia por não entender
o real motivo, mas, as lágrimas insistiam em fincar guardas e um nó na garganta
atrapalhava a possibilidade de tentar ao menos ir à busca de alguém que pudesse
ajudar a resolver, mesmo que momentaneamente, esse coração aflito.
Eis que der repente, sem ao menos que esse
coração se desse conta, havia alguém disposto a ouvir-lhe de forma
despretensiosa, de oferecer-lhe um ombro amigo sem desejar algo em troca.
Assim esse pobre coitado, de tão fragilizado
aceitou tamanha oferta, pois lhe parecia que havia encontrado pelo menos uma
forma de aliviar seu peito.
O lugar do desabafo, ou melhor, da conversa
amiga, das risadas de algumas bobagens ditas sem ao menos pensar nas
consequências, foi uma pracinha, visitada por poucos, e por alguns que
simplesmente passavam.
Sob a luz da lua, as horas passaram tão
rápido que o coração aflito, nem sequer percebeu que já não sentia dor, que já
estava aliviado.
Foi então, em meio a alguns devaneios, que
percebeu que foi enganado várias vezes.
Primeiro pelo coração, pois não era dor, mas
o vazio causado pela solidão, segundo que ajuda não era despretensiosa, pois
havia por traz daquele gesto, desejos insanos de uma nova conquista e depois,
que o ombro amigo, era apenas uma forma de aproximação, pois experiente como
era o tal amigo, poderia em meio a conversas jogadas ao vento e com palavras
bonitas ditas no momento certo, jogar a isca.
Tal atitude servira exatamente para que
aquele coração, supostamente aflito, num momento de descuido, lhe desse as
condições necessárias para arrancar-lhe um beijo que lhe deixaria com vontade
de repetí-lo outras vezes.
E quarto, não menos importante, o engano de
que um simples beijo roubado e que serviria apenas de desculpa para uma noite
de amor e nada mais, se tornou o principal responsável pelo primeiro palpitar
de uma paixão que dia após dia, tomaria conta de seu ser.
De tal forma e intensidade que inebriava a
alma com um cheiro único que entrelaçava o corpo com os braços fortes e pegadas
enlouquecedoras; que despertava desejos ocultos e a possibilidade de
concretizá-los; que enchia o coração de amor, de vontade de tê-lo sempre por
perto.
Envolvia com seu jeito encantador,
mostrando-lhe o quanto a vida poderia ser boa ao seu lado, mas, que precisaria
dividi-lo e não precisaria exigir que este despretensioso amor lhe tomasse em
seus braços de forma única e decidida, pois não era capaz de amar-lhe com tanta
entrega e intensidade.
Aquilo que parecia um sonho próximo a
realidade transformou-se em escudos, em barreiras intransponíveis impedindo
toda e qualquer possibilidade deste amor se tornar um só.
Eita coração aflito!
Dividido entre dois mundos totalmente
diferentes, porém parecidos na forma de amar e aquelas lágrimas que não caíram
para aliviar o tal coração apertado foram derramadas inúmeras vezes, sem ao
menos ter aquele ombro amigo para enxugá-las, pois era exatamente o provocador
de tamanha dor, ou melhor, de uma nova dor o tempo demonstrou a esse coração
que o destino se encarregou de afastar, de aproximar, de mostrar
direcionamentos que ambos não foram capazes de enxergar no momento certo.
E que quando tudo parecida perdido, o tal
ombro amigo revelou tudo aquilo que precisava ser dito e feito num momento
intempestivo, sem permitir o uso da razão, pois a emoção seria mais uma vez, o
obstáculo para o enlace final.
Fato é que o tempo se encarregou de mostrar
ao coração de que amor como esse jamais irá encontrar, que a distância alimenta
a alma e acalenta o peito quando a saudade vem.
Que os desejos ocultos, precisam ficar
guardados num pequeno baú, trancado a sete chaves de modo, que nem mesmo o mais
curioso dos homens poderia saber de todo o mistério contido ali, e que somente
os cúmplices deste amor poderiam revelá-los.
Que muitas vezes é preciso abrir mão de um
amor para continuar ou encontrar outros.
Que as projeções de nossas vontades, se
tornam frustrantes quando o outro não as atende.
Eita coração aflito!
Apaixonado que mesmo depois de tanto tempo,
tantos tropeços não aprende a parar de sofrer, ou melhor, aprendeu sim, a
buscar meios de se proteger, fechando os olhos e controlando a dor, pois por
sua culpa abriu espaço para novas conquistas, talvez, não num banquinho de
praça, mas quem sabe, sendo apresentada ao “Tazz”.
O acalento, é que quando o coração aflito
encontra a sua paixão, o tempo que parece não ser favorável a eles, se apropria
de um relógio que marca segundos, minutos e horas suficientes para uma entrega
de amor, uma entrega que somente coração e paixão sabem o quanto custa cada
segundo desperdiçado e que em exatamente treze anos foram sendo construídos o
alicerce para que as adversidades não fossem suficientes para destruí-los de
forma tão banal.
Trata-se então, de uma bela história de amor
que é impossível ter clareza, se as escolhas oferecidas pelo destino foram
certas ou erradas, mas, o amor permanece e enquanto ele tiver forças estarão os
amantes envolvidos, balbuciando palavras bonitas que tocam a alma, pedindo a
Deus que os permita amar por outros “trezes” anos e quiçá pela vida inteira.
Um comentário:
As escolhas vão acontecendo... e só!
Belo texto, meu amigo.
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