Nas minhas frequentadas nos
botecos, gosto de ouvir os papos, desde os que participo até aqueles mais
distantes, pois como dizem, costumo por minha “orelha” no ombro dos outros, só
para ouvir as conversas.
Sem ter muito que fazer
tomando umas e outras com amigos, passei a ouvir o papo de um também
“botequeiro” que dizia palavras soltas, outras vezes sem nexo, porém com
propriedades
Ouvi que em algum lugar,
alguém lhe espera.
É pura verdade!
Você já se imaginou, andando
sozinho, chutando latas e depois, ao levantar os olhos, tem alguém lhe olhando,
lhe admirando e lhe esperando?
Você sai sem pretensões
alguma de casa, vai a uma reunião, por exemplo, e ao chegar lá, depara com uma
coisinha pequena, linda, charmosa, maravilhosa que faz seus olhos brilharem.
Há quem diga que acontece.
Você conhece a pessoa, vê
nela sua alma gêmea e “puft” sua alma gêmea surgiu.
Olha pra pessoa e em tom de
brincadeira lhe diz que ela foi radical, apenas por ter trocado a cor de suas
unhas.
Passa a olhar a pessoa como
sua alma gêmea, com carinho e ternura.
Em noite de luar, uma praça é
o local de encontro e após deitadinha no colo, carinho nos cabelos e disputa de
altura, rouba um beijo da cidadã, que fofo.
O cara passa a admirar uma
pessoazinha ao ponto de sentir sua falta todos os dias, adorar ouvir sua voz,
ganhar e dar chamegos.
Passam anos e ambos estão
juntos – pelo menos foi o que entendi – entre um gole e outro de cerveja.
Já encararam turbilhões,
brigas, guerras, intrigas e toda a sorte de destemperos da vida.
Muitas vezes, se
cumprimentam com os olhares, um sabendo o que o outro quer, sem precisar falar
nenhuma palavra.
É um lanchinho pra lá, uma
lembrancinha pra cá e sempre privilegiando, ambos o respeito pelos
profissionais que são.
Dizia o quase “bebum”, que
seus olhos brilham ao falar de sua amada, sua voz engasga ao sentir sua
presença e seu sangue esquenta ao sentir seu corpo roçando no seu.
Tem tara, amor, rebeldia,
carinho, ternura, bondade, benevolência, sacanagem pura seus encontros.
De tudo isso nasceu um
rebentinho, que quando seu nome é citado, quer seja sobre escola, futebol,
brincadeira ou família, ambos ficam “inchados” parecendo uns baiacus e seus
olhos marejam.
Pura bondade de ambos.
Cada vez que eu ouvia o
relato do “contador de causo” – acho que era um causo mesmo – eu mais me interessava
pelo relato de sua estória ou poderia ser até mesmo história.
Por vezes ela pediu para ele
“tomá-la” e ele disse que não tinha coragem de jogar tudo para o alto e ficar
som cus amada.
Senti muita pena daquele
cara que, sorrindo e chorando estava contando sua vida, abrindo seu coração
para um amigo de bar.
Vi tristeza no coração
daquele que, hoje poderia estar contando uma saga de sua vida, vivida com
intensidade e muito amor.
Pelo que entendi, são duas
crianças, de coração, que se amam demais.
Pelo que vi, é um coração
repleto de paixão.
Pelo que deduzi, não podem
ficar juntos eternamente.
Vi naquele relato a saga do
filme “O feitiço de Áquila” no qual o Bispo de
Áquila, interpretado por John Wood, ao saber que sua amada, a bela Isabeau,
papel brilhantemente vivido por Michelle Pfeiffer, está apaixonada por Etienne
Navarre coroado por Rutger Hauer, um cavaleiro.
Áquila fica
possuído de raiva e ciúme e lança uma maldição sobre o casal que jamais poderiam
estar juntos, pois durante o dia ela sempre será um falcão e de noite Navarre se
tornaria um lobo, sendo que desta forma fica o casal impedido de se entregar um
ao outro.
Sempre
próximos, porém nunca juntos.
Espero que,
como na fantasia, eles possam ter um aliado como Phillipe Gaston, vivido na
estória por Matthew Broderick, mais conhecido como Rato que lhes ajude a mudar
suas vidas, e ao fim, possam estar juntos, eternamente.
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