terça-feira, 5 de maio de 2015

Um coração aflito

(Nenhuma caminhada é longa se o objetivo é alcançado)
Um dia se ter nem por que o coração estava apertado, angustiado.
A princípio poderia ser apenas impressão... ou não!
Fato é que parecia que não havia espaço suficiente no peito doía de tal forma, que a respiração era prejudicada.
De repente vinha uma vontade súbita de chorar, talvez, na ânsia de aliviar tamanha dor ou quem sabe angustia por não entender o real motivo, mas, as lágrimas insistiam em fincar guardas e um nó na garganta atrapalhava a possibilidade de tentar ao menos ir à busca de alguém que pudesse ajudar a resolver, mesmo que momentaneamente, esse coração aflito.
Eis que der repente, sem ao menos que esse coração se desse conta, havia alguém disposto a ouvir-lhe de forma despretensiosa, de oferecer-lhe um ombro amigo sem desejar algo em troca.
Assim esse pobre coitado, de tão fragilizado aceitou tamanha oferta, pois lhe parecia que havia encontrado pelo menos uma forma de aliviar seu peito.
O lugar do desabafo, ou melhor, da conversa amiga, das risadas de algumas bobagens ditas sem ao menos pensar nas consequências, foi uma pracinha, visitada por poucos, e por alguns que simplesmente passavam.
Sob a luz da lua, as horas passaram tão rápido que o coração aflito, nem sequer percebeu que já não sentia dor, que já estava aliviado.
Foi então, em meio a alguns devaneios, que percebeu que foi enganado várias vezes.
Primeiro pelo coração, pois não era dor, mas o vazio causado pela solidão, segundo que ajuda não era despretensiosa, pois havia por traz daquele gesto, desejos insanos de uma nova conquista e depois, que o ombro amigo, era apenas uma forma de aproximação, pois experiente como era o tal amigo, poderia em meio a conversas jogadas ao vento e com palavras bonitas ditas no momento certo, jogar a isca.
Tal atitude servira exatamente para que aquele coração, supostamente aflito, num momento de descuido, lhe desse as condições necessárias para arrancar-lhe um beijo que lhe deixaria com vontade de repetí-lo outras vezes.
E quarto, não menos importante, o engano de que um simples beijo roubado e que serviria apenas de desculpa para uma noite de amor e nada mais, se tornou o principal responsável pelo primeiro palpitar de uma paixão que dia após dia, tomaria conta de seu ser.
De tal forma e intensidade que inebriava a alma com um cheiro único que entrelaçava o corpo com os braços fortes e pegadas enlouquecedoras; que despertava desejos ocultos e a possibilidade de concretizá-los; que enchia o coração de amor, de vontade de tê-lo sempre por perto.
Envolvia com seu jeito encantador, mostrando-lhe o quanto a vida poderia ser boa ao seu lado, mas, que precisaria dividi-lo e não precisaria exigir que este despretensioso amor lhe tomasse em seus braços de forma única e decidida, pois não era capaz de amar-lhe com tanta entrega e intensidade.
Aquilo que parecia um sonho próximo a realidade transformou-se em escudos, em barreiras intransponíveis impedindo toda e qualquer possibilidade deste amor se tornar um só.
Eita coração aflito!
Dividido entre dois mundos totalmente diferentes, porém parecidos na forma de amar e aquelas lágrimas que não caíram para aliviar o tal coração apertado foram derramadas inúmeras vezes, sem ao menos ter aquele ombro amigo para enxugá-las, pois era exatamente o provocador de tamanha dor, ou melhor, de uma nova dor o tempo demonstrou a esse coração que o destino se encarregou de afastar, de aproximar, de mostrar direcionamentos que ambos não foram capazes de enxergar no momento certo.
E que quando tudo parecida perdido, o tal ombro amigo revelou tudo aquilo que precisava ser dito e feito num momento intempestivo, sem permitir o uso da razão, pois a emoção seria mais uma vez, o obstáculo para o enlace final.
Fato é que o tempo se encarregou de mostrar ao coração de que amor como esse jamais irá encontrar, que a distância alimenta a alma e acalenta o peito quando a saudade vem.
Que os desejos ocultos, precisam ficar guardados num pequeno baú, trancado a sete chaves de modo, que nem mesmo o mais curioso dos homens poderia saber de todo o mistério contido ali, e que somente os cúmplices deste amor poderiam revelá-los.
Que muitas vezes é preciso abrir mão de um amor para continuar ou encontrar outros.
Que as projeções de nossas vontades, se tornam frustrantes quando o outro não as atende.
Eita coração aflito!
Apaixonado que mesmo depois de tanto tempo, tantos tropeços não aprende a parar de sofrer, ou melhor, aprendeu sim, a buscar meios de se proteger, fechando os olhos e controlando a dor, pois por sua culpa abriu espaço para novas conquistas, talvez, não num banquinho de praça, mas quem sabe, sendo apresentada ao “Tazz”.
O acalento, é que quando o coração aflito encontra a sua paixão, o tempo que parece não ser favorável a eles, se apropria de um relógio que marca segundos, minutos e horas suficientes para uma entrega de amor, uma entrega que somente coração e paixão sabem o quanto custa cada segundo desperdiçado e que em exatamente treze anos foram sendo construídos o alicerce para que as adversidades não fossem suficientes para destruí-los de forma tão banal.

Trata-se então, de uma bela história de amor que é impossível ter clareza, se as escolhas oferecidas pelo destino foram certas ou erradas, mas, o amor permanece e enquanto ele tiver forças estarão os amantes envolvidos, balbuciando palavras bonitas que tocam a alma, pedindo a Deus que os permita amar por outros “trezes” anos e quiçá pela vida inteira.

Paixão e Coração

Nas minhas frequentadas nos botecos, gosto de ouvir os papos, desde os que participo até aqueles mais distantes, pois como dizem, costumo por minha “orelha” no ombro dos outros, só para ouvir as conversas.
Sem ter muito que fazer tomando umas e outras com amigos, passei a ouvir o papo de um também “botequeiro” que dizia palavras soltas, outras vezes sem nexo, porém com propriedades
Ouvi que em algum lugar, alguém lhe espera.
É pura verdade!
Você já se imaginou, andando sozinho, chutando latas e depois, ao levantar os olhos, tem alguém lhe olhando, lhe admirando e lhe esperando?
Você sai sem pretensões alguma de casa, vai a uma reunião, por exemplo, e ao chegar lá, depara com uma coisinha pequena, linda, charmosa, maravilhosa que faz seus olhos brilharem.
Há quem diga que acontece.
Você conhece a pessoa, vê nela sua alma gêmea e “puft” sua alma gêmea surgiu.
Olha pra pessoa e em tom de brincadeira lhe diz que ela foi radical, apenas por ter trocado a cor de suas unhas.
Passa a olhar a pessoa como sua alma gêmea, com carinho e ternura.
Em noite de luar, uma praça é o local de encontro e após deitadinha no colo, carinho nos cabelos e disputa de altura, rouba um beijo da cidadã, que fofo.
O cara passa a admirar uma pessoazinha ao ponto de sentir sua falta todos os dias, adorar ouvir sua voz, ganhar e dar chamegos.
Passam anos e ambos estão juntos – pelo menos foi o que entendi – entre um gole e outro de cerveja.
Já encararam turbilhões, brigas, guerras, intrigas e toda a sorte de destemperos da vida.
Muitas vezes, se cumprimentam com os olhares, um sabendo o que o outro quer, sem precisar falar nenhuma palavra.
É um lanchinho pra lá, uma lembrancinha pra cá e sempre privilegiando, ambos o respeito pelos profissionais que são.
Dizia o quase “bebum”, que seus olhos brilham ao falar de sua amada, sua voz engasga ao sentir sua presença e seu sangue esquenta ao sentir seu corpo roçando no seu.
Tem tara, amor, rebeldia, carinho, ternura, bondade, benevolência, sacanagem pura seus encontros.
De tudo isso nasceu um rebentinho, que quando seu nome é citado, quer seja sobre escola, futebol, brincadeira ou família, ambos ficam “inchados” parecendo uns baiacus e seus olhos marejam.
Pura bondade de ambos.
Cada vez que eu ouvia o relato do “contador de causo” – acho que era um causo mesmo – eu mais me interessava pelo relato de sua estória ou poderia ser até mesmo história.
Por vezes ela pediu para ele “tomá-la” e ele disse que não tinha coragem de jogar tudo para o alto e ficar som cus amada.
Senti muita pena daquele cara que, sorrindo e chorando estava contando sua vida, abrindo seu coração para um amigo de bar.
Vi tristeza no coração daquele que, hoje poderia estar contando uma saga de sua vida, vivida com intensidade e muito amor.
Pelo que entendi, são duas crianças, de coração, que se amam demais.
Pelo que vi, é um coração repleto de paixão.
Pelo que deduzi, não podem ficar juntos eternamente.
Vi naquele relato a saga do filme “O feitiço de Áquila” no qual o Bispo de Áquila, interpretado por John Wood, ao saber que sua amada, a bela Isabeau, papel brilhantemente vivido por Michelle Pfeiffer, está apaixonada por Etienne Navarre coroado por Rutger Hauer, um cavaleiro.
Áquila fica possuído de raiva e ciúme e lança uma maldição sobre o casal que jamais poderiam estar juntos, pois durante o dia ela sempre será um falcão e de noite Navarre se tornaria um lobo, sendo que desta forma fica o casal impedido de se entregar um ao outro.
Sempre próximos, porém nunca juntos.
Espero que, como na fantasia, eles possam ter um aliado como Phillipe Gaston, vivido na estória por Matthew Broderick, mais conhecido como Rato que lhes ajude a mudar suas vidas, e ao fim, possam estar juntos, eternamente.


Canalhas também envelhecem

Hoje minha opinião é sobre as canalhices de algumas pessoas que se dizem idosas, e teoricamente, acima de qualquer suspeita.
Tive o prazer e receber amigos no meu rancho no domingo passado.
Também tive o desprazer de receber uma figura desprovida de qualquer senso ético.
Rui Barbosa foi muito feliz quando pronunciou a célebre frase “os canalhas também envelhecem”.
Pura verdade no momento em que recebo uma senhora no seio de minha família, teoricamente acima de qualquer suspeita.
A dita senhora, depois de comer, beber, divertir-se, fazer a feira com as frutas do ambiente, como um vil escorpião, injetou sua peçonha na mão de quem a recebeu com muito carinho, educação e acima de tudo, respeito pela idade.
A pessoa utiliza-se de meus sórdidos para burlar a confiança de quem a recebeu na sua casa e depois comete um ato tão sórdido que é roubar um pequeno cachorro e, como uma serpente sorrateira, espreitando-se por lamaçais, vai embora sem sequer desejar uma boa tarde.
Um pequeno cachorro que, nos dias de hoje, não tem qualquer valor comercial.
Embora sendo um cão da raça Pit Bull, era criado como um dos inúmeros vira-latas que gosto de ter como criação e até mesmo como amigos no recinto.
Pouco vale um cachorrinho de três meses. Digo em relação a valor venal, porém vale muito quando falo em valor sentimental.
Foi o único que fiquei de uma ninhada de dez que minha cadela Lara teve.
Ele me adotou, pois ficava mordendo meus dedos e latindo quando eu chegava perto da pia ou da geladeira, como a pedir comida.
O poeta paraibano Augusto dos Anjos, foi feliz por demais, quando escrevem “versos íntimos” e eu, peço vênia para citar a parte de que “a mão que afaga é a mesma que apedreja”, pois foi assim mesmo que aconteceu.
A mão que estendi para receber tão cândida senhora foi a mesma que recebeu a peçonha do escorpião.
Pensei inúmeras maldades no decorrer da noite que passei em claro.
Não em claro por causa do furto de um cachorro e sim pelo furto do cachorro que tinha me escolhido como dono.
Pensei em mandar aplicar-lhe uma surra, dar uns safanões eu mesmo ou até outras maldades impublicáveis.
Como o travesseiro é ótimo conselheiro, resolvi apenas fazer um desabafo no presente escrito, não mais desejando ou fazendo qualquer maldade física ou psicológica contra a dita pessoa.
Espero que ela cuide bem de meu cachorro.
Espero que ele a trate bem, cuidando de sua casa e de seus pertences materiais, visto que éticos acredito que a mesma não os possuir.
E é a mais pura verdade: “não devemos julgar o ser humano pelos seus cabelos grisalhos, pois os canalhas também envelhecem”.
Espero que um dia, sem saber ele não venha a cobrar um preço muito alto da dita senhora.
Espero que, no futuro, ele não venha a morder a mão que o alimenta.


A Indonésia é aqui

A comunidade dos direitos humanos esta chocada com a execução, por fuzilamento, do brasileiro Marcos Acher Cardoso Moreira, de 53 anos.
Estou ouvindo e lendo críticas aos métodos utilizados pela Indonésia no tocante a tráfico de drogas, que levou ao pelotão de fuzilamento um grupo de seis pessoas no domingo passado – sábado aqui no Brasil, dentre eles um nosso compatriota.
Entendo que qualquer tipo de violência contra a vida – violência para nós brasileiros –, pois no país onde houve a execução é normal, para o tipo de crime praticado, que é, no caso, o tráfico de drogas.
Ouvi nos noticiários que houve um desrespeito com a vida humana, desrespeito com o brasileiro, que não foi atendido o pedido da Presidente Dilma Rousseff, e outras bobagens mais.
Digo bobagens, pois, dentro do Direito internacional, devemos respeitar as leis impostas por cada nação, sem que possamos, de forma legal, interferir nela.
Se na indonésia o crime de tráfico de drogas e punível com a morte, paciência, foi um compatriota nosso mais a lei deve ser respeitada, sem qualquer interferência de outras nações.
O pedido da presidente para o embaixador do Brasil na Indonésia voltar, se trata de apenas formalidade diplomática, sem qualquer força de imposição ou interferência nas leis daquele país.
Não houve qualquer ilegalidade no que foi imposto ao brasileiro, analisando pelo prisma da legislação pátria da Indonésia.
Além do brasileiro, também morreram três estrangeiros e uma mulher indonésia.
Eles aplicam a pena máxima de sua legislação em compatriotas, imaginem em estrangeiros.
Sabemos que existe mais um brasileiro no corredor da morte pelas bandas de lá, Rodrigo Muxfeldt, que poderá, se o presidente indonésio Joko Widodo, não ouvir os apelos que estão sendo feito pela comunidade internacional, ser executado no próximo mês de fevereiro.
A pena capital não é exclusividade da Indonésia. Temos também em outros países democráticos, como exemplo aos Estados Unidos da América e em países não democráticos aí pelo mundo a fora e não vi até hoje, tanta comoção pela morte de pessoas como no caso em tela.
Bem próximo ao Brasil, no nosso vizinho de continente, Cuba, sabemos de execuções a torto e a direita, nos famigerados paredões e nunca vi qualquer crítica, pelo menos até hoje.
Na indonésia, por tráfico de drogas, foi executado apenas um brasileiro.
Aqui, também pelo tráfico de drogas, morrem vários brasileiros todos os dias e ninguém, dos direitos humanos aparecem para fazer qualquer crítica ou apelo.
No Brasil, também temos corredor da morte, como vimos nos últimos dias na Indonésia. São nos corredores dos hospitais que estão condenados à morte, muitos brasileiros sem que qualquer “otoridade” apareça para criticar ou pedir clemência.
Temos ainda os corredores da morte, aqui no Brasil, nas escolas onde crianças são alimentadas com valores ínfimos, apenas centavos, tendo que professores, diretores, orientadores e todos os profissionais das escolas fazerem mágica para poder alimentar os brasileirinhos.
Temos corredor da morte, no momento em que bandidos, acobertados por leis fracas e legisladores benevolentes, invadem lares, chamando todos de safados, vagabundos e outras palavras de seus vastos repertórios, humilhando pais e mães de família, estuprando as mulheres, atirando na cabeça de crianças e por fim “o direito dos manos” apenas questionam o tratamento cruel e degradantes, isto se forem presos – que no caso de prisões, são fatos raros.
Temos corredor da morte sim, quando pais de família são obrigados a suprir seus lares com o maldito salário mínimo.
Temos corredor da morte sim, quando relegamos a infância de cidadãozinhos a viverem por sua própria sorte, como pedintes e semáforos e nas calçadas de todas as cidades.
E que ninguém se engane, principalmente as autoridades brasileiras e os defensores de plantão dos direitos humanos, que, se houver uma consulta popular, através de um plebiscito no Brasil, propondo a pena de morte ela  terá a aprovação de mais da metade do povo brasileiro.
Estou chocado sim com a morte do brasileiro, ocorrida na Indonésia pelo pelotão de fuzilamento, porém, também estou indignado com a morte de muitos brasileiros, dentro de seu próprio país, relegados ao descaso da educação, da saúde e dos direitos humanos.
Dura Lex, sed Lex.