A palavra mestre nos remete
para alguns lugares, pensamentos, sonhos e realidade.
Quando chamamos alguém de
mestre é que entendemos ser ela uma pessoa detentora do conhecimento e disposta
a transmiti-lo.
O mais interessante é que
muitas pessoas detém o conhecimento, mas, por egoísmo, mesquinhez e pobreza de
espírito, guardam consigo e levam todos ao túmulo.
O mestre não.
O mestre está disposto a
passar tudo que sabe aos seus discípulos sabendo que quanto mais transmite,
mais angaria também.
Acredito que tive poucos
professores.
Em verdade tive muitos
mestres.
Tenho boas lembranças de
alguns mestres meus.
Dona Eva, que na
simplicidade de uma dona de casa, foi para a Escola Domingos Sávio transmitir o
pouco que sabia de conhecimentos pedagógicos, embora fosse uma doutora nos
conhecimentos da vida.
Professora Auxiliadora, no
Colégio Castelo Branco – quando ainda era reverenciado o seu patrono e não o
desenho esdrúxulo de um castelo – que, com sua voz rouca nos transmitia os
conhecimentos dos livros e da vida.
Professor Pedro Tavares
Batalha, com sua “careca” reluzente e seu modo de falar, cuspindo a todos que
estavam próximos, sabia o que estava dizendo e tinha prazer no que estava
fazendo.
Tive vários outros mestres,
Professor Lourival Chagas, Amizael Silva, Abnael Machado, Rogério Rocha, Cezar
Nunes, Raimundo Nonato e outros muito bons.
Bons ao ponto de serem até
certo ponto rudes para poder mostrar o caminho a ser seguido.
Não posso esquecer minha
melhor professora. Dona Maturina Cavalcante Silva que muito antes de ser
professora e diretora da Escola Domingos Sávio, já em casa, me ensinava o
“beabá”.
Tive mestras como Odaléia
Sadeck, Ermelinda, Estela Compasso, Estela Paz, Edna Granjeiro, Aleluia, Dona
Babá, Amélia Borges, Flora Calheiros e outras mais.
Putz!
Estava esquecendo uma onça.
Uma mestra valente como uma
onça, bruta como uma pedra e dedicada como uma fada.
Professora Aurélia que na
sua “ranzinzasse” conseguia mostrar o caminho das pedras aos seus alunos.
Tive outros mestres que não
estavam na cátedra.
Tive mestres que me ensinaram
a viver como um homem de bem.
Tive o “velho” Orlando
Pereira da Silva.
Tive seu Hugo, Cirilo
Arruda, Ireno, Capitão Esron de Menezes, Neves Dantas.
Tive um mestre em especial
para ser o homem que me considero hoje. Nada mais nada menos do que Sebastião
Ferreira dos Santos que para quem o conhece, sabe do que estou falando.
Cada um, entre um cocorote e
outro, me ensinou alguma coisa da vida.
Reverencio aqui também
alguns mestres que embora lembrando suas fisionomias e seis trejeitos não
consigo lembrar o nome.
Hoje existe uma inversão de
valores.
Já não vemos o respeito
pelos mestres.
O aluno faz o que quer...
Pode ser por falta de “onças”
que nos tempos idos tinham moral com os alunos, com os pais, com os seus pares
e com a sociedade.
Tenho a grata satisfação de
ser professor, desde os dezesseis anos, quando na Escola Duque de Caxias,
juntamente com o Victor Sadeck, nos propusemos a alfabetizar alguns soldados do
5º BEC.
Tenho orgulho de encontrar
muitos alunos e ver o respeito e o nível que franqueiam a mim.
Tenho satisfação de ser seu
mestre e aluno. Com você aprendi muito sobre a vida e sei que pude transmitir
alguns conhecimentos.
Tenho um grande orgulho de
ser chamado de MESTRE.
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