Andou desde o raiar do sol até o astro rei se por quando chegou a uma casa e vê uma criança brincando.
No início, não recebeu o jovem velho nenhuma atenção da criança.
De posse da paciência peculiar de um velho ancião, esperou um bom tempo até receber a atenção da criança que lhe deu um beijo e um abraço.
Do alto de sua sapiência, o jovem velho percebeu que aquela criança era a especial e que merecia o presente.
Entregou-lhe o pacote e a criança tentando abrir para ver o que tinha recebido do velho, com sua pouca força, buscava rasgar o pacote.
Com a ajuda do velho, conseguiu seu intento.
Abre seu presente, o admira e diz que gostou.
Que achou lindo.
Pega o brinquedo, e deixa em cima de uma pequena mesa.
Sai correndo em uma linda disparada e some.
Demora, fala com sigo mesmo e depois com um jeito maroto, porém angelical, volta e pergunta ao velho:
_ Adivinha o que tenho na mão?
E o velho, de forma marota responde:
_ Um elefante.
Não. Tenta de novo tio.
_ Uma girafa, brinca novamente o velho.
Não. Fala outra coisa tio.
O velho, já pensando na seriedade da pergunta responde.
_ Não sei, meu filho, o que é?
Do alto de seus quatro ou cinco anos, a criança lhe diz:
_ Tio, põe o presente que você me deu no chão o que é prontamente feito pelo velho.
De forma inusitada e angelical, a criança corre em direção do velho e o abraça com o carinho que somente uma criança sabe demonstrar.
Pego de surpresa, o velho não esperando a linda reação da criança, fica inerte e do canto de seus olhos, umas lágrimas teimosas insistem em aparecer no palco de seu rosto.
De forma inesperada a criança consegue fazer aquele rosto já maltratado pelo tempo exprimir uma bela visão do céu.
O espetáculo foi assistido apenas e tão somente pela natureza ao redor.
Foi um espetáculo partindo e uma ópera a uma tragédia, passando por um circo mambembe.
Esse lugar tão, tão distante é o Brasil.
O espaço é Rondônia e o cantinho é Porto Velho.
O jovem velho sou eu e a criança é você.