Passada a ressaca do Grande Prêmio de Fórmula 1 do Brasil, em que o Felipe Massa ganhou porém não levou. Ganhou o GP, porém perdeu o campeonato por um ponto de diferença, fico a imaginar aqui com meus botões, um comentário que ouço desde pequeno – olha que faz tempo...
Dizem sempre que o brasileiro é um povo que gosta de levar vantagem em tudo. Será?
Pode até ser, que alguns brasileiros, em algumas situações, gostam de levar vantagem em tudo. Agora vamos ver no esporte.
Na Copa do Mundo de Futebol, ocorrida na Argentina em 1978, podemos dizer que foi uma copa muito estranha. A Argentina, dona da casa, obrigou seus principais oponentes a viajar muito, enquanto os hermanos sediavam quase todos os seus jogos em Buenos Aires.
A Seleção Brasileira foi à Argentina comandada pelo saudoso Cláudio Coutinho e não se encontrou na 1ª fase. Só se classificou com um gol de Roberto Dinamite contra a Áustria, em uma vitória que não precisava ser sofrida.
No grupo de Brasil e Argentina, o maior escândalo: o time do Peru literalmente abriu mão do direito de jogar e passeou em campo dando à Argentina uma vitória de 6 a 0, o suficiente para os Argentinos irem à final da Copa no lugar do Brasil. Embora sob suspeita, não dá pra dizer que os argentinos não tinham mérito. Estranho não é?
Nas Olimpíadas de Moscou, nosso voleibol sofreu com as artimanhas dos russos, quando do saque do famoso Bernard “jornada nas estrelas”, pois os refletores do ginásio de esportes foram baixados até a altura mínima permitida, inviabilizando assim nossa principal arma. Resultado da artimanha? Chegamos apenas até o 5º lugar.
Em partidas eliminatórias de Copas do Mundo ou em jogos do Campeonato Sul-Americano, vemos o desastre que é jogar na altitude de alguns estádios da Bolívia. E convenhamos, não é fácil jogar noventa minutos com ar rarefeito. E tudo isso vale. Já vimos por acaso, a Bolívia abrir mão de jogar na altitude e aceitar jogar em campos com menores altitudes? Duvido.
E o povo brasileiro que gosta de levar vantagem em tudo...
Recebi várias correspondências eletrônicas com sugestão de que o Rubinho Barriquelo poderia por o Lewis Hamilton fora da pista, que o Nelsinho Piquet poderia travar o carro dele na frente do Campeão Mundial, etc.
Nada vi, em toda a corrida, que desabonasse a figura dos brasileiros na prova.
Agora, imaginem: se fosse outra situação, em que tivéssemos três argentinos, três alemães, três russos, três bolivianos, ou outra raça qualquer.
Imaginemos o cenário:
Domingo, na Argentina, última corrida do campeonato de Fórmula 1. Diego Maradona, no carro do Felipe Massa, precisando de ganhar a corrida em 1º lugar; Pelé, no carro do Hamilton, tendo de ficar no quinto lugar. Será que o Riquelme, no carro do Barriquelo com seu carrinho devagar, sem pretensões alguma na corrida, outro qualquer hermano correndo no carro do Nelsinho, teria sido o resultado igual ao ocorrido no Brasil?
Embora de equipes diferentes, para manter a hegemonia de seus respectivos países na Formula 1, será que um não daria ajuda ao outro?
segunda-feira, 10 de novembro de 2008
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