quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Ser mestre

A palavra mestre nos remete para alguns lugares, pensamentos, sonhos e realidade.
Quando chamamos alguém de mestre é que entendemos ser ela uma pessoa detentora do conhecimento e disposta a transmiti-lo.
O mais interessante é que muitas pessoas detém o conhecimento, mas, por egoísmo, mesquinhez e pobreza de espírito, guardam consigo e levam todos ao túmulo.
O mestre não.
O mestre está disposto a passar tudo que sabe aos seus discípulos sabendo que quanto mais transmite, mais angaria também.
Acredito que tive poucos professores.
Em verdade tive muitos mestres.
Tenho boas lembranças de alguns mestres meus.
Dona Eva, que na simplicidade de uma dona de casa, foi para a Escola Domingos Sávio transmitir o pouco que sabia de conhecimentos pedagógicos, embora fosse uma doutora nos conhecimentos da vida.
Professora Auxiliadora, no Colégio Castelo Branco – quando ainda era reverenciado o seu patrono e não o desenho esdrúxulo de um castelo – que, com sua voz rouca nos transmitia os conhecimentos dos livros e da vida.
Professor Pedro Tavares Batalha, com sua “careca” reluzente e seu modo de falar, cuspindo a todos que estavam próximos, sabia o que estava dizendo e tinha prazer no que estava fazendo.
Tive vários outros mestres, Professor Lourival Chagas, Amizael Silva, Abnael Machado, Rogério Rocha, Cezar Nunes, Raimundo Nonato e outros muito bons.
Bons ao ponto de serem até certo ponto rudes para poder mostrar o caminho a ser seguido.
Não posso esquecer minha melhor professora. Dona Maturina Cavalcante Silva que muito antes de ser professora e diretora da Escola Domingos Sávio, já em casa, me ensinava o “beabá”.
Tive mestras como Odaléia Sadeck, Ermelinda, Estela Compasso, Estela Paz, Edna Granjeiro, Aleluia, Dona Babá, Amélia Borges, Flora Calheiros e outras mais.
Putz!
Estava esquecendo uma onça.
Uma mestra valente como uma onça, bruta como uma pedra e dedicada como uma fada.
Professora Aurélia que na sua “ranzinzasse” conseguia mostrar o caminho das pedras aos seus alunos.
Tive outros mestres que não estavam na cátedra.
Tive mestres que me ensinaram a viver como um homem de bem.
Tive o “velho” Orlando Pereira da Silva.
Tive seu Hugo, Cirilo Arruda, Ireno, Capitão Esron de Menezes, Neves Dantas.
Tive um mestre em especial para ser o homem que me considero hoje. Nada mais nada menos do que Sebastião Ferreira dos Santos que para quem o conhece, sabe do que estou falando.
Cada um, entre um cocorote e outro, me ensinou alguma coisa da vida.
Reverencio aqui também alguns mestres que embora lembrando suas fisionomias e seis trejeitos não consigo lembrar o nome.
Hoje existe uma inversão de valores.
Já não vemos o respeito pelos mestres.
O aluno faz o que quer...
Pode ser por falta de “onças” que nos tempos idos tinham moral com os alunos, com os pais, com os seus pares e com a sociedade.
Tenho a grata satisfação de ser professor, desde os dezesseis anos, quando na Escola Duque de Caxias, juntamente com o Victor Sadeck, nos propusemos a alfabetizar alguns soldados do 5º BEC.
Tenho orgulho de encontrar muitos alunos e ver o respeito e o nível que franqueiam a mim.
Tenho satisfação de ser seu mestre e aluno. Com você aprendi muito sobre a vida e sei que pude transmitir alguns conhecimentos.
Tenho um grande orgulho de ser chamado de MESTRE.