Sempre digo, e repito, o
circo é mágico.
Desde pequeno que sempre fui
fascinado em circo.
Outro dia, soube que Dona
Lourdinha, nunca tinha ido ao circo e comentando em uma roda de amigos,
descobri que o Andrinho também jamais tinha pisado na grama sob uma lona.
Para satisfazer a
curiosidade de ambos, eu e Dona Iva, esposa do Andrinho, levamos as “feras”
para assistir um espetáculo circense.
O circo era pequeno, sem
grande estrutura, com apenas um trapézio, poucos palhaços – embora muito bons –
e mais algumas parcas atrações.
Quando relembro do circo,
sempre é com carinho, ternura, admiração e respeito pelas pessoas que trabalham
no espetáculo.
Eu era fã, quando criança,
de ir ver a montagem da estrutura circense e me peguei, muitas vezes, sonhando
em fugir com aquela trupe, sem destino, ou melhor, deixando que o destino me
levasse cada dia para um local diferente.
Hoje as pessoas, com a atual
conjuntura que vive nosso Brasil, ficam a comparar a “Pátria de Cabral” com um
circo.
Não acho justo.
Não é justo comparar uma
situação de desorganização com o circo visto que nele, há organização, há
comando, há respeito e também, com o pouco que possuem, há satisfação.
No circo, existe respeito
entre os pares e ninguém quer levar vantagem sobre o outro, pois ali existe uma
família “de sangue” e “de amizade”.
Quando os circos podiam ter
animais, não víamos faltar comida para eles.
Nunca vi gritos de
desrespeito entre os trabalhadores do circo, quando de sua montagem.
É um trabalho de equipe em
que a força para erguer a lona é dividida entre todos, não tendo um que
trabalhar mais do que o outro.
Existe a organização do
espetáculo e cada um sabe o que fazer, não havendo interrupção do trabalho de
um, para beneficiar outro.
No circo existe confiança.
A trapezista ao soltar seus
pés de um lugar qualquer sabe e tem confiança de que o colega a pegará pelos
braços, não deixando que a mesma venha a cair.
O palhaço, pintando seu
rosto é apenas para dar alegria para os espectadores e não para se esconder com
o objetivo de destruir o próprio público ou de terceiros.
No circo, apenas uma pessoa
manda e comanda sem a necessidade de ter que barganhar sua autoridade com
terceiros descompromissados com o espetáculo.
Quando o circo chega a qualquer
cidade, vai buscar autorização para se instalar, sem que assim haja desrespeito
com as autoridades constituídas.
Muitas vezes, vejo e ouço
alguém dizer que somos tratados como palhaços por nossos governantes.
No circo o termo palhaço é
usado para denominar alguém rico em sonhos, em alegria, com objetivo de
transmitir confiança para as crianças e levar os mais velhos de volta para suas
infâncias.
Pena que no circo chamado de
Brasil, estão nos tratando de forma errada.
Estão nos fazendo de
palhaços e deturpando assim um termo tão bonito que é a palavra palhaço.
Que, um dia, possamos
comparar o Brasil com um circo na melhor acepção da palavra: um lugar onde haja
comando, respeito, dignidade, ternura, carinho e confiança.
Então eu terei o enorme
prazer de ser chamado de palhaço.
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