Em muitas das bem traçadas
linhas que escrevo, algumas vezes citei minha mãe como aquela senhora zangada e
de maus bofes, de pouca paciência e
que dava uns castigos especiais aos filhos.
De quando em vez, estávamos
aprontando alguma e Dona Maturina, quando a aprontação era de proporções mais
vultosas, a surra era de imediato, sem julgamento, apelação, adiamento ou outra
qualquer forma de protelação.
Quando a traquinagem era
média, nossa mãe, apenas guardava em seu disco rígido e ponha rígido nisso e
acumulava com outras aprotações até chegar ao ponto de ser equivalente a uma
surra e aí meu nego, não tinha choro
nem vela.
No caso da aprontação ser de
pouca monta, bastavam uns cocorotes e pronto. Tava tudo resolvido e a vida
continuava.
Conhecido como cocorote,
cascudo ou também por coqui, o ato de uma pancada de leve na cabeça com a mão
fechada, tendo o dedo médio mais proeminente era uma forma de punir sem
machucar, embora o Padre Felinto Santiago do Nascimento não pensar assim. O
dele era dolorido pacas.
Então, o cascudo era
utilizado pelas mães ou pais de forma carinhosa para punir sem machucar e de
mostrar quem era que mandava naquela birosca e nós, os filhos, entendíamos com
facilidade o aviso, ou seja, se aprontar mais alguma vai ter surra garantida.
Estou escrevendo para
mostrar que o ato de punir, nem sempre é para machucar.
Rodei, rodei, rodei até
chegar onde quero.
O julgamento dos vereadores
de Porto Velho, ocorrido agora em novembro de 2013 que, segundo apurado foi em investigação da Polícia Civil de Rondônia em
torno dos cincos vereadores supostamente envolvidos com organização criminosa.
Do
inicio de uma tarde até pouco mais da meia-noite, no plenário da Câmara
Municipal de Porto Velho, deu o que a população já temia e que era esperado por
muitos, ou seja, resultado favorável a todos os envolvidos.
Nada
de cassação ou qualquer outra punição para todos os cinco envolvidos.
É
incrível como não tinha um substitutivo, ou propostas de alternativas para
punição.
Era
apenas a do relator mais nada.
Fica aqui a
indignação de vários amigos que debateram demoradamente no “bar do calça”,
entre uns goles e outros sobre o futuro na Câmara de Vereadores que concluímos
sem o presente, ou seja, sem problemas.
Quanto ao futuro
político, os diversos comentaristas e especialistas de mesa de bar entendem que
é uma incógnita, pois a memória dos eleitores é bastante fraca, como já vimos
em casos anteriores, em todo o Brasil, não somente aqui nas terras de Rondon, podendo
todos a continuar sendo políticos, legítimos representantes do povo sem
qualquer mácula em seus currículos.
Ainda temos,
como muito bem lembrado por meus pares de mesa de boteco, sobre a decisão do
judiciário, que pode mudar tudo o que foi decidido na Câmara de Vereadores de
Porto Velho, ou manter o decidido, ficando assim o dito pelo não dito.
Agora, voltado à
época de criança, quando aprontávamos alguma travessura sabíamos que nada
ficava impune.
Poxa!
A Câmara Municipal
de Porto Velho, através de seus vereadores, eleitos pelo povo, poderia ter dado
pelo menos um “coqui” em cada um dos meninos travessos para mostrar quem manda
e que, no caso de outra aprontação, o castigo será maior.