sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Paradoxo

Antes de iniciar o presente artigo, fui procurar a definição de paradoxo.
Inicialmente fui à internet e encontrei:
Na filosofia moral, o paradoxo tem um papel central nos debates sobre ética. Por exemplo, a admoestação ética para "amar o seu próximo" não apenas contrasta, mas está em contradição com um "próximo" armado tentando ativamente matar você: se ele é bem sucedido, você não será capaz de amá-lo. Mas atacá-lo preemptivamente ou restringi-lo não é usualmente entendido como algo amoroso. Isso pode ser considerado um dilema ético. Outro exemplo é o conflito entre a injunção contra roubar e o cuidado para com a família que depende do roubo para sobreviver.
Não satisfeito, busquei o Aurélio, que fica na minha mesa, pois é meu amuleto e meu professor para confirmar e conhecer, “ao pé da letra” o que é um paradoxo.
Diz o Aurélio: “Conceito que é ou parece contrário ao senso comum.”
De cara não sei se entendi direito, mas vamos lá.
Hoje, dia 18 de setembro de 2007, pela manhã, assistindo a um noticiário de televisão ouvi que os servidores públicos da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – trabalhadores que todos os dias, se sol a sol, efetuam sua labuta para ganhar o pão de cada dia, muitos literalmente de sol a sol, como os carteiros, por exemplo, que estão “de greve” no linguajar popular por melhores salários etc. receberam a contra proposta da direção da empresa, de um aumento de 9,8% (nove virgula oito) por cento.
No mesmo noticiário – aí é que eu acredito que exista o tal de paradoxo – o governo federal que é, em outras palavras, o empregador dos carteiros, vai dar um aumento de 10% (dez) por cento para o bolsa família (conhecido por alguns como vale preguiça, vale voto, vale desocupado, vale um monte de coisa feia...)
Então vejamos:
O pessoal que trabalha, produz riqueza, paga tributos tem direito a um aumento de 9,8%
O pessoal que vive de fazer filho para ganhar bolsa família, e muito não produzem picirica[1] alguma tem direito a 10%.
Sou filho de servidores públicos (in memória) que tiveram 10 (dez) nada menos do que 10 (dez) filhos e todos estudaram; alguns apenas para poder ter um lugar ao sol, outros, como é meu caso, por curiosidade e necessidade fui mais além e não se ouvia falar em bolsa família.
Hoje, se o governo não der um monte de “vales” a turma não quer por filho para estudar.
Temos uma legião de pessoas que vivem de “ganhar o peixe” sem, contudo, ter a mínima vontade de “aprender a pescar”.

[1] - Para alguns, uma iguaria alimentar feita de polvilho, recheado de verduras; para outros um amarrado de material flutuante que desce um rio. Conheço o termo picirica, desde pequeno, pronunciado por minha mãe, Maturina Cavalcante Silva, 1ª professora nomeada no Território Federal do Guaporé, como sendo nada, nadinha, coisa alguma, etc.